Prisma das letras

Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento. Provérbios 3:13

Textos

Mensalão, operação sanguessuga, farra de passagens aéreas e diárias, castelos de milhões, nepotismo. São apenas algumas das podridões que assolam o meio político brasileiro.

Alguém já foi responsabilizado? Talvez, uns dois ou três, no máximo. Alguém punido? O povo, certamente. O povo é o palhaço desse circo. Os artistas? Os políticos. São exímios atores, caras de pau, cínicos. Todos se julgam inocentes. Será? E alguns deles declaram que estão pouco se lixando pra opinião pública.

Outros, não sabem explicar qual a origem de seus castelos, não sabem se o castelo está no nome dele, do cunhado, do papagaio, do cachorro; e vários, apesar de todo o histórico desfavorável e obscuro, ainda são bem eleitos pelos tolos que esquecem facilmente o passado desses indivíduos.

No circo, os artistas dispõem de muita mordomia e muita ociosidade. Ética e moralidade são vocábulos e valores extintos.

O povo é o palhaço, pois os corruptos e corruptores riem do cidadão, debocham; são pizzas e mais pizzas, bacanais e orgias por conta do dinheiro público, safadezas das maiores; e ainda alegam estar a serviço do povo. A Carta Magna os põe como representantes do povo. Mas afinal, quem eles representam? O povo mesmo? Ou seus próprios interesses e da corja de velhacos que os manipulam e usufruem de seus favores em troca de benefícios diversos?

Dinheiro para saúde pública, para os aposentados, nunca tem. Mas para pagar horas extraordinárias dos artistas e outras mordomias não falta.

Por que você acha que tem tanta gente interessada num cargo desses? Você acha mesmo que é por idealismo, por amor ao povo sofrido? Por quererem lutar pelos direitos dos menos favorecidos? Por um país melhor e ver o povo melhor? Duvido. Provavelmente uma minoria de bem intencionados.

Cada artista do circo dispõe de verbas indenizatórias que são disfarçadamente distribuídas para seus súditos, apadrinhados e sua curriola; Alguns negam-se até a utilizar os apartamentos funcionais destinados a eles; apartamentos que já deixariam um cidadão comum bastante satisfeito em morar num deles.
 
Mas os artistas querem mais mordomias. Nada de simplicidade. Passagens e diárias são farreadas pelo circo.

E ainda há alguns artistas desses que consideram a remuneração no cargo pequena ou insuficiente para representar o povo. Legislam em causa própria. E o povo que banque esses indivíduos, mediante o pagamento de tributos.

Para aumentar o salário mínimo do pobre trabalhador e do aposentado, que já foi maltratado a vida toda, é uma dificuldade. Não me interessam os efeitos econômicos. Por acaso os salários e mordomias do circo não têm repercussão econômica?

As instituições públicas padecem com falta de estrutura adequada para atender o cidadão. Às vezes, falta até papel e outros materiais semelhantes para execução dos serviços essenciais à sociedade. Falta estrutura física e logística dos prédios públicos para servirem ao cidadão. Mas duvido que no circo faltem recursos para as peripécias de seus artistas.

Prédios públicos são entregues às baratas e aos ratos, para convívio do servidor público e do cidadão, para prestação do serviço público. É preciso o Ministério Público pedir intervenção. Alegação? Faltam recursos, orçamento. É brincadeira? Mas será que no circo faltam alimentos gordos para satisfazer a fome voraz dos artistas que por lá estão? Duvido.

Esse é um breve retrato da política brasileira e seus atores. Há muito mais a comentar. Com a palavra, você.  
Juscelino Nery
Enviado por Juscelino Nery em 27/05/2010


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