Devia ter uns 70 anos. Às 7h da manhã, à porta de um caixa eletrônico:
- Senhor, pode me dar uma ajuda?
O senhor ouviu-a, manteve-se em silêncio, e entrou para fazer o saque.
Ao sair, deu-lhe uma cédula de pequeno valor. Olhou para aquele rosto enrugado, sofrido, de uma senhora que poderia ser sua avó. Observou que ela tinha nas mãos uma caixa de remédio. Talvez ela estivesse ali para juntar uns trocados que lhe tornassem possível comprar o seu remédio. “Não me é possível resolver todos os problemas do mundo, infelizmente”, pensou o senhor.
Mas a cena fê-lo refletir: Quem era aquela senhora? O que ela teria sido, o que teria feito na vida? O que a levara àquela situação? Quantas horas ela ainda ficaria ali, mendigando algum trocado para sobreviver? Quantos outros idosos estariam na mesma situação pela cidade, pelo país?
A vida lhe pareceu ingrata, injusta. E seguiu adiante, consternado com o que vira...