VAI PASSAR. SIM, VAI PASSAR!
Há um ditado que diz: “Depois da tempestade, vem a bonança”. Há também um texto bíblico que diz: “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã. Salomão também escreveu: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu”. Posso dizer que tudo isso é verdade, depois do deserto que passei na vida.
Em meio ao deserto, depois do infortúnio, alguns amigos me diziam: vai passar. E passou. Nada é para sempre. Nem casamento, que deveria ser, esse é que não é mesmo. Vinícius tinha razão quando disse: (…) que seja infinito enquanto dure.
O duro é que quando chega a desventura parece que perdemos o chão, ficamos sem norte, perdidos, massacrados pela dor, pelo sofrimento. Mas a tragédia também não é eterna. Sobrevivemos às duras penas, a autoestima desaparece, duvidamos de nosso próprio valor, e alguns sucumbem a essa catástrofe.
Mas tudo passa, passa mesmo. Os que me disseram isso tinham razão. E depois de caminharmos pelo deserto, mas sem ficar nele – é bom que se diga isso, avistamos a luz no fim do túnel, um novo horizonte à frente. Planos, projetos, sonhos, ideais voltam a fazer parte de nossa vida. É como se tivéssemos ressuscitado, ressurgido para uma nova vida. Isso é reconfortante.
E eis que ressurge das cinzas aquele ser de alma quase destruída pelas agruras da vida. Alguns levam mais tempo que outros. Tenho amigos que sofreram mais de dois anos os efeitos da desilusão, e quase perderam a fé e a esperança. Cada um tem seu tempo de aflição, de peregrinação na aridez do deserto da vida, ou na solidão do inverno da existência.
E quando de repente você se dá conta, o deserto ficou para trás, o inverno acabou, e começa um novo tempo, tempo de esperança. O verão chegou, com seu sol brilhante a iluminar novos caminhos de nossa existência. E a vida passa a ter novo sentido.
Nessa restauração, não podemos esquecer que tivemos a participação de várias pessoas nesse processo. Foram os amigos, os verdadeiros amigos, que sempre estiveram ao nosso lado para nos ajudar a caminhar no deserto.
Eles nos ouviram, nos aconselharam, nos deram o ombro amigo, dispuseram de seu tempo e mantiveram-se atentos para ouvir nossoa lamentos e gemidos de dor da nossa alma. E acreditaram em nós e nos incitaram a seguir em frente, a vencer.
E quando se trata de desilusão amorosa, nada como encontrar um novo amor. Alguém que o entenda, o compreenda, dê-lhe o valor que merece, entregue-se para amá-lo e para deixar-se amar. Isso é extasiante, revigorante. E quando você se dá conta, lá está você envolvido pelas loucuras da paixão, pelo fogo do amor que reacende em seu ser e tem a ressonância em seu novo par.
E aí, certamente você, como seus amigos já o fizeram, também poderá dizer a outros que cruzem o deserto da desilusão: Vai passar. Sim, vai passar!