Nos últimos anos, tenho observado vários incidentes que denotam a desordem instalada em nosso país. Tudo em nome da democracia – uma pseudo-democracia, na verdade. Porque a verdadeira democracia não é desordem, ausência de limites; não é cada um fazer o que bem entende, sem se importar com o seu semelhante.
As leis só funcionam pra pobres e desamparados. Para ricos, jamais. Até alguns nobres juristas da maior corte jurídica do país soltam bandidos de colarinho branco na calada da noite. Pense se iriam soltar um ladrão de galinhas? Claro que não, até porque o ladrão de galinha não tem dinheiro pra pagar advogado. Os bandidos do colarinho branco têm dinheiro e amigos influentes pra livrar a cara deles.
No Brasil, juízes e outras autoridades de Estado se livram de punições suscetíveis aos pobres mortais. Políticos embriagados atropelam e matam inocentes e fica por isso mesmo. Há também a turma do "você sabe quem eu sou?" ou "você sabe com quem está falando?".
Há também os que exigem para seus filhinhos (pra lá dos 40) a imunidade à tributação de mercadorias importadas trazidas na bagagem internacional, contrariando a lei. Quanta petulância! Que belo exemplo de cidadania e de honestidade! Envelheceu e não aprendeu o valor da ética, da responsabilidade. Péssimos exemplos dados pela velha – a avó (uma mulher, quem diria!), o filho – o adulto, queridinho da mamãe, e possivelmente o futuro neto, afinal ele aprenderá na melhor escola – a família.
O MST destrói patrimônio científico, invade prédios públicos, propriedade alheia e não há punição para os culpados. Atos de vandalismos são considerados atos de manifestação política, de participação, de protesto. Desde quando destruir patrimônio da nação ou do que não nos pertence é ato legítimo de protesto? Pelo menos, pra mim não é.
Os professores são agredidos e mortos nas escolas e não podem mais impor (que palavra dura, diriam alguns defensores da desordem) disciplina nas salas de aula, sob pena de serem penalizados, até mesmo por alguns pais insensatos que deveriam apoiar os mestres na cultivação de valores morais, éticos e de convivência social nos filhos. Mas ao contrário, movem processos judiciais e se voltam contra aqueles que poderiam ajudar seus filhos a se tornarem melhores cidadãos no mundo.
E o que o Estado faz? Nada. Prefere-se arranjar desculpas para esses incidentes, pondo a culpa no sistema. Não se educa e não se ensina o ser humano a assumir responsabilidade, responder e sofrer as consequencias de seus atos praticados. Punir ou penalizar desordeiros é humilhação, mas professores suportarem atrocidades é porque não sabem ou não tem competência para lidar com seus alunos.
Vivemos na sociedade do “tudo pode”, “tudo é normal”, “nada é proibido”, “tudo é relativo”. Não há limites para os jovens. Nem mesmo a autoridade dos pais pode ser exercida em sua plenitude, pois o próprio estado ampara a rebeldia, a preguiça, a malandragem, quando condena atitudes duras e firmes dos pais quando estes tentam adotá-las para preservar e educar os filhos para serem melhores seres humanos.
Claro que não estou falando dos desvios e tiranias de alguns pais, que maltratam, espancam, abandonam, exploram e destroem a vida de filhos indefesos. Falo dos atos de insubordinação, falta de educação e de civilidade cultivados por alguns pais irresponsáveis e tolos.
Defendo a autoridade dos pais e firmeza na educação de valores e princípios morais e éticos que se não forem cultivados, jamais melhoraremos nossa sociedade.
Hoje em dia, o normal é ser pilantra, desonesto, mal educado, mentiroso, corrupto, rebelde, antiético, dar-se bem às custas do outros, ser caloteiro, não cumprir e honrar a palavra, fazer sexo com muitos parceiros de forma descartável, sem qualquer compromisso; encher a cara nos finais de semana, cheirar um pozinho aqui outro ali, fumar uma maconhazinha de vez em quando. Quem não compartilha com essas ideias é bobo, burro, antiquado, careta e otário.
Tudo em nome da liberdade e democracia. Viva a liberdade! Viva a democracia!
Juscelino Nery
Enviado por Juscelino Nery em 14/04/2011
