Li um dia desses na internet a frase "aqui não é um convento", dita pelo presidente da Câmara, referindo-se àquela casa. Eu acrescentaria: seria um circo, cheio de artistas, mas o palhaço é o povo?
Já escrevi antes um texto sobre isso. Mas não posso me conter em comentar as habilidades artísticas de nossos representantes políticos. Aliás, como tem histórias pra contar.
Tem a dos anões do orçamento. Tem a dos mensaleiros. Tem a dos vampiros. E por aí vai.
O presidente da Câmara está certo ao questionar que desvios de conduta estão espalhados por todos os segmentos sociais. Mas a produção artística do meio político é bastante expressiva.
Engraçado. Só os artistas participam, não há bandidos nessas histórias. Mesmo assim conseguem fazer espetáculos, dar shows, afinal tem palhaço para fazê-los rir.
O palhaço, coitado, é o que menos ganha, não tem benefício nenhum, regalia nenhuma. Só serve para ser zombado, enganado, roubado. O povo é o palhaço sem defesa, sem honra, sem dignidade.
Os artistas defendem sua classe, afinal de contas irmão defende irmão, parceiro defende parceiro, amigo defende amigo.
E claro, tudo termina em pizzas, farras, orgias, afinal tem palhaço mesmo pra contribuir e bancar os artistas. Estes riem, menos o palhaço - este não tem motivos pra isso.
A família do palhaço não tem educação, saúde, saneamento decentes porque as verbas, que são contribuição do palhaço, vão para as farras dos artistas.
Enfim, lugar de artista não é mesmo em convento, mas em circo - lugar de malabarismo, mágica, globo da morte - do palhaço, claro.