Eis uma pergunta difícil de ser respondida. De Adão até nossos dias o homem tem lampejos de bondade e surtos de crueldade.
Os egípcios escravizaram os hebreus por 400 anos. Sodoma e Gomorra eram antros de perdição e imoralidade de toda espécie.
Em alguns reinos pagãos, as crianças eram sacrificadas ao deus Moloque – uma escultura de bronze com uma fornalha no ventre e com as mãos estendidas nas quais as crianças eram postas vivas para serem queimadas.
No império romano valia tudo pelo poder, até matar pai, irmão, amigo. Quem não leu ou soube das tiranias de Calígula, Nero e outros?
E pense nas atrocidades da Santa Inquisição! E pior, tudo em nome de Deus. Quem será que vai arder no inferno, as vítimas ou os acusadores e responsáveis pelas crueldades cometidas?
Os brancos - invasores da América, escravizaram, exploraram e dizimaram os nativos, por conta da ganância do ouro e riquezas das terras.
Aí passamos pelo século XX. O nazismo exterminou seis milhões de judeus e milhares de pessoas morreram vítimas das inúmeras guerras naquele século. O apartheid manteve preso Nélson Mandela durante quase trinta anos porque lutava por uma causa justa. Nos Estados Unidos, até hoje, ainda se sente resquício de racismo disfarçado, é só lembrar da repercussão que teve a eleição do Obama. Marthing Luther King, inclusive, foi mártir e ao mesmo tempo libertador da segregação racial.
Chegamos ao século XXI, e o conhecimento vem crescendo em ritmo exponencial em todas as áreas, como já tinha sido previsto pelo profeta Daniel.
A evolução tecnológia foi e continua sendo sem precedentes na história da humanidade, rumo ao controle total das pessoas – também já profetizado por João, na ilha de Patmos.
Mas em meio a toda essa evolução do conhecimento, vemos diariamente, em todo o mundo, atrocidades do homem contra o homem, do homem contra a natureza.
Não há limites para a maldade no planeta. Pais matam filhos, filhos matam pais; a pedofilia destrói infâncias e vidas; idosos são maltratados e abandonados à própria sorte pelos filhos e familiares; loucos atiram a esmo em escolas americanas e matam crianças e pessoas inocentes; pai mantém filha em cativeiro por anos a fio, estuprando-a e engravidando-a - um monstro na pele de gente, vivendo na Áustria.
Os corruptos do poder enriquecem às custas da miséria e do dinheiro do povo; defensores da natureza e dos desvalidos são assassinados - Chico Mendes e Dorothy Stang se foram; inocentes morrem vítimas de bala perdida, resultado do domínio e poderio dos traficantes e bandidos nos quatro cantos do Brasil.
Regimes ditatoriais sufocam a liberdade e vozes são silenciadas - Coréia do Norte, Myanmar, Líbia - tão atual, entre outros; falsas religiões, pastores inescrupulosos e padres transviados abusam da fé do povo; florestas e ecossistemas estão sendo devastados pela ganância do lucro.
A água – vital para a sobrevivência, está ameaçada de escassez. Aliás, em alguns lugares no mundo isso já é fato.
Os valores de educação e respeito pelo semelhante inexistem na sociedade sem freios e limites, em que prevalecem o “eu” e o “meu”, em detrimento do “nós” e do “nosso”. Como consequência disso, professores e educadores são frequentemente agredidos, desrespeitados, humilhados e de nenhum valor para a nossa sociedade moderna, em particular, a brasileira.
Enfim, parafraseando Shakeaspeare: Há muito mais mazelas nesse mundo que a nossa vã filosofia possa imaginar.
E difícil mesmo é definir se o ser humano melhorou ou piorou. Quem arrisca?
Juscelino Nery
Enviado por Juscelino Nery em 16/03/2011
Alterado em 16/03/2011