A revista Veja publicou uma matéria sobre a folia da política brasileira, eu diria, sobre a folia dos políticos brasileiros.
Chamou-me a atenção a composição da Comissão da Câmara que discutirá a reforma política.
Pela matéria, a comissão reúne políticos de valor (?). Um de seus membros, estrela do escândalo do mensalão; outro, chefe de um assessor pego com dinheiro na cueca, em São Paulo; outro, mentor dos aloprados que negociaram a compra de um dossiê antitucano na eleição de 2006; e ainda, um político bem conhecido, principalmente dos paulistas, procurado pela Interpol por fraude e conspiração.
Indago: o que esperar de uma reforma política comandada por políticos dessa natureza?
Sinceramente, muito pouco. Quiçá, nada.
Permitir a discussão e condução de assuntos sérios para a nossa democracia, como a reforma política, por indivíduos dessa estirpe é zombar do povo brasileiro. Uma afronta à dignidade da nação e uma vergonha internacional.
Mas de quem é a culpa? Nossa, afinal somos nós que elegemos esses indivíduos como nossos representantes políticos para decidirem os assuntos do país.
Permitir que esses elementos continuem comandando a nação é o nosso atestado de insanidade. Políticos desse tipo deveriam estar há muito tempo alijados da possibilidade de representar o povo do meu país.
Minha indignação é grande para ser tolerante com certos meliantes do povo, do país. Pra mim, os piores bandidos não são os traficantes, nem os que cometem crimes brutais, mas os assassinos da nação, do país, vestidos de colarinho branco.
São os que matam o futuro das crianças brasileiras, desviando os recursos da merenda escolar – fato comum, frequente e recorrente. Já li uma entrevista do Ministro Jorge Hage, da Controladoria-Geral da União, na qual ele denunciava que 66% das prefeituras cometiam desviam de recursos públicos. Em outras palavras, eu diria: há corrupção em 66% das prefeituras.
São meliantes da mais alta periculosidade os que condenam à morte os pobres e miseráveis que dependem de serviços públicos de saúde. Por exemplo, quando os gatunos desviaram milhões de recursos na operação que ficou conhecida como a máfia dos sanguessugas; quando outra quadrilha atuava em fraudes contra o Ministério da Saúde na compra de medicamentos - chamada de operação vampiro.
São também sugadores de sangue dos brasileiros os que compactuam com pagamento de salário de fome para os professores – estes responsáveis pelo saber, e embolsam valores exorbitantes pagos a título de sessão extraordinária, e muitos malandros nem aparecem por lá.
São os que facilitam e/ou articulam licitações viciadas para favorecerem seus apadrinhados e também pegarem parte do bolo do dinheiro público. São os gananciosos que superfaturam os preços nas licitações para se darem bem às custas do dinheiro do povo.
Os indivíduos que agem assim estão dizendo: morte às crianças pobres do país; morte aos pobres e miseráveis – dependentes dos serviços públicos de saúde; morte ao conhecimento e à ciência; morte a todos que não fazem parte da nossa quadrilha.
Já pensei em participar da política partidária, mas enoja-me pensar em submeter-me a alianças com seres inescrupulosos por conta de acordos partidários cujos interesses não são os do povo, mas de seu grupo partidário e em benefício deste. Ou você acha que todo o dinheiro gasto com campanha política será recuperado como?
Porém, tenho o dever, como cidadão, estar atento, alertar, vigiar, e na medida do possível contribuir para evitar que políticos libidinosos continuem a cometer seus crimes, suas orgias, às custas da miséria do povo brasileiro.
É meu desabafo!