Há uma semana que não tenho qualquer inspiração para escrever.
Nesse momento, às sete horas da manhã, sentado à mesa de uma padaria, aguardando meu café ficar pronto pra tomar, resolvi desembuchar algum resquício de ideia.
Por que será que às vezes as ideias não vêm, os pensamentos não fluem, as palavras fogem e só resta a inquietação pela falta de inspiração sobre o que escrever?
Já li que o ato de escrever é muito mais transpiração que inspiração. Talvez seja mesmo, afinal, nesse instante, insisto em resistir à ausência de criatividade, de pensamentos, e tento pôr no papel esse deserto de inspiração.
Luto, reluto, insisto, afinal ainda sonho tornar-me, pelo menos, um escritor de quarta, quinta, sei lá, última categoria, para expressar minha percepção de mundo ao mundo.
Acredito no resultado do esforço, da dedicação, da disciplina. Na minha vida sempre foi assim, e nesse novo horizonte não seria diferente.
Se tenho talento? Não sei, só descobrirei tentando. Mas “Talento não é tudo”, como diz o título do livro de John C. Maxwell. Não me vai adiantar ter talento se não o fizer vir à tona, se não trabalhar duro para explorá-lo, exercitá-lo. A perfeição não existe, mas o aperfeiçoamento é sempre possível.
E se depois, esgotado todo meu esforço, descobrir que não tenho talento algum para escrever, ainda assim, dar-me-ei por satisfeito em não ter passado pela vida sem tentar, sem arriscar, naquilo que acredito ser possível.
Juscelino Nery
Enviado por Juscelino Nery em 18/02/2011
Alterado em 24/02/2011
