OS ADVOGADOS CARA DE PAU
Ano passado vimos na mídia alguns casos que expuseram certos advogados, que eu os chamaria de “os caras de pau” ou diria que passaram óleo de peroba nas carantanhas.
Um deles, num caso de uma autoridade pública num estado brasileiro, no qual a referida autoridade tentou intimidar um policial que trabalhava numa blitz, utilizando-se do famoso: “você sabe com quem está falando?”.
Apesar das imagens terem mostrado claramente a arrogância e intolerância da falsa autoridade, o advogado foi audacioso ao argumentar que sua cliente tinha sido desrespeitada como cidadã. Desde quando, intimidar um representante do Estado no exercício de sua função, tentando infringir a lei, que é igual para todos, e achar-se acima da lei, é exercício de cidadania? Para mim, cidadania não se resume apenas em exercer direitos, mas também cumprir obrigações, afinal a lei trata, ou deveria tratar, a todos igualmente.
Noutro caso, uma outra figura já aposentada do Estado, acusada de maus tratos a uma criança. Apesar de novamente as imagens falarem por si mesmas, o advogado da acusada argumentou que as marcas físicas na criança decorreram de quedas freqüentes da criança e que as palavras agressivas desferidas por sua cliente à vítima não configuraram tortura. É brincadeira?! Talvez configurassem se tivessem sido desferidas a um dos filhos do tal advogado ou a quem sabe a seus genitores.
Por último, o caso de um político brasileiro envolvido em corrupção. O advogado do indivíduo, apesar de todos os indícios e imagens, teve a ousadia de argumentar que iria provar a inocência de seu cliente. Isso é achar que o povo é estúpido, ou que as demais pessoas comuns são um bando de idiotas e ignorantes.
Em todos os casos, mais digno seria, se tais advogados não tivessem se manifestado publicamente do que agredir a inteligência do povo e afrontar a opinião pública, com argumentos, no mínimo, imorais, indecentes e repugnantes.
Juscelino Nery
Enviado por Juscelino Nery em 04/01/2011